segunda-feira, 25 de junho de 2012

Entrevista Brutal Morticínio

Criada no ano de 2006 com a proposta de resgatar a essência do metal negro a banda Brutal Morticinio surge no Rio Grande do Sul como uma das mais engajadas bandas dentro do cenário underground. Diante disso, o blog mais uma vez conversou com a banda para falar sobre o atual estado em que a horda se encontra e também para saber sobre o Necromancia Festival, organizado pela baixista Mielliki.
MM666 – Bom rapaziada boa noite, pra começar queria que vocês falassem um pouco de como começou a Brutal Mortícinio.

Brutal Morticínio - A Brutal surgiu em 2006, com a proposta de fazer um metal negro old school, com letras voltadas tanto para anticristianismo, desespero, melancolia, revolta, momentos históricos, resgate da memória não dominante, mas também nossas visões a respeito da atual sociedade (mesmo que de forma mais subjetiva). A música obscura só é arte quando sincera, levamos muito à sério em nos expressar nas melodias e letras, justamente por termos tomado para nós o dever de trazer a tona estes sentimentos quando decidimos criar a Brutal. Acreditamos que o metal em toda sua origem sempre foi transgressor, sobretudo o metal extremo. Por isso, procuramos não ficarmos presos à temática antireligião em si somente, embora seja um tema de suma importância. 

MM666 - Uma das coisas que mais chama a atenção na banda são as letras digamos “engajadas” tanto no sentido político, quanto no ideológico. Queria que vocês contassem um pouco sobre a questão da produção das letras e desse engajamento da banda.
Brutal Morticínio - Do ponto de vista político e ideológico, defendemos o ressurgimento do orgulho latino americano, somos favoráveis a integração étnica de todos os povos que por aqui vivem e se estabeleceram, repudiamos  qualquer tipo de discriminação étnica, entretanto defendemos que os povos que escolheram viver nas terras indígenas devem seguir as tradições comunitárias e de organização próprias de nosso continente. Acreditamos que o cristianismo é um atentado cultural e deve ser imediatamente banido. O cristianismo e seu fiel escudeiro o capitalismo são a origem de toda a pobreza e atraso de nossa nação sul americana.  Temos a compreensão do ser humano como mais um animal, parte da natureza. Somos contra qualquer foram de exploração social/econômica/cultural.
MM666 - Pra quem não sabe, a Mielliki tem um trabalho bem legal que agora parece estar se sobressaindo que é o trampo com a Lua Negra Brasil Distro. Como funciona esse trabalho?
Brutal Morticínio - A Lua Negra foi criada em meados 2008, após o lançamento do cd da Brutal, inicialmente somente para distribuição de matérias que recebíamos nas trocas de CDs com outras hordas/distros. Em 2009 acabamos decidindo realizar um evento, na cidade de Ivoti/RS (cidade próxima a Novo Hamburgo). Por um tempo, a distro ficou inativa, devido às correrias cotidianas. Atualmente decidimos reativar, porém com intuito de realizar celebrações duas ou três vezes ao ano, disponibilizando maior energia a produtora do que a distro, mas sempre com o foco o underground. Buscando manter o contato com as hordas, pretendemos se tudo correr bem trazer bandas do real underground que ainda não conseguiram vir ao RS.  Quanto aos materiais, no momento há muito pouco, as trocas com a horda não estamos pegando mais que 3 ou 4 cds. Tivemos alguns empecilhos em trocas, matérias que não chegaram até nós etc, resolveu-se dar maior preferência em trocar material nos eventos que comparecemos pessoalmente. De qualquer forma mesmo que com poucos materiais e a produtora mais ativa que a distro, quem quiser solicitar o catálogo segue o email: luanegraprod@gmail.com

MM666 - E falando em Lua Negra no dia 30 de junho rola um grande festival na cidade de Campo Bom(RS) organizado pela Lua Negra que é o Necromância estival. Queria que vocês contassem a expectativa pra esse festival e o que podemos esperar em termos de outros eventos organizados pela Lua Negra.

Brutal Morticínio - Estamos com boa expectativa, é o segundo evento neste local em Campo Bom/RS (cidade vizinha a Novo Hamburgo).  O primeiro nós comparecemos, e teve um público bem acima do esperado para um local ainda não conceituado no meio metal da região.Pretendemos continuar com as edições do Necromancia, com a frequência de 3 vezes ao ano apenas, isso porque, infelizmente não conseguimos ter maior tempo disponível para nos envolver com a organização/realização de eventos. O próximo, se tudo correr bem será lá por outubro/novembro. Buscamos não realizar shows em datas que hajam já outros marcados, ou em meses com grande demanda de eventos na mesma região, tanto para manter o apoio ao underground, quanto para contribuir com a maior diversidade de eventos.




Nenhum comentário: